Certa vez
Num barco em Moçambique
Encontrei
Um poeta angolano
Que me contou
Momentos de horror na sua nação
Também falou
Verdade africana da revolução
Na mídia começa
Toda a miséria em tom radiante
Vejam que impera
Como baderna a cor morena
São Salvador
No afoxé que balança americano
Forte lembrança
Dos trabalhadores que Iemanjá
Abençoou
Com seu manto azul e castiçal
A doce magia
Que faz da Bahia um carnaval
A boca que canta
A formosura da África-Mãe
Sempre reclama
Em forma de dança a igualdade
O preconceito
Escureceu o brilho da lua
É o gueto escondido
No mundo perdido da grande cidade
Um coro encanta
No meio da noite Made in Brazil
Mão que levanta
A discordância no social
Na batucada
Do samba ou umbanda e candomblé
Se vê na raça
Do negro na praça balançando o pé
Toca atabaque
Nessa vontade de ser feliz
É a mocidade
Na sociedade nesse país