É caminhão, Rio-Bahia é caminhão
É pau-de-arara, céu azul de avião
Gente em pedaço fugindo do lugar
Do sol aceso sem nuvem pra esfriar
Rio-Bahia, Nordeste inteiro no corpo
Sem alegoria é pó, suor de um povo
Doce, beleza, sabor de esperança
Manhã valente com fulgor, cabelo e trança
É cor de lua, estrela radiante, céu
Dor crua e nua, dedo sem anel
Estrada musa, projeção do meu olhar
Esteira ruiva onde o sol se espreguiçar
Sangueira braba, mares de léguas minhas
Destino côncavo, cetim, telim de Minas
Quem faz Sertão com o Sul se esposar
Artéria velha, rainha do estradar